quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

O General e o Sargento

A propósito dos últimos incidentes verificados após término do jogo FCP – Estoril, no qual as forças de lei e da paz queriam à força impor uma saída pela porta do cavalo a jogadores e equipa técnica do FCP, eis que surge Pinto da Costa, o “General” do FCP, puxando dos galões, e obrigando seus bem pagos “Soldados” (jogadores) a passar pela população que juraram defender (assinaram contrato para defender as cores do clube)!


Na minha opinião, fez muito bem o General PC ao obrigar os seus Soldados a sentir na pele (ou pelo menos a ouvir) a insatisfação do povo indefeso, à mercê do saque vindo do sul, de terras há muito conquistadas pela mouraria!

Agora surge outra questão. Será que o General está com todos os seus departamentos a funcionar a 100%? Analisando a questão, diria que o quartel-general estará bem munido com os seus Coronéis (administradores da SAD), e igualmente considero que o departamento de inteligência e contra-espionagem (departamento de contratações de jogadores), também estará bem munido com os seus Tenentes e Furrieis (olheiros).

Descendo na hierarquia,  vamos para os lugares de Sargento e Cabos (treinador e equipa técnica). Não fui à tropa. Portanto, tudo o que direi a seguir, terá como consequência o visionamento de filmes hollywoodescos.

Assim sendo, nesses filmes, estou habituado a ver 3 tipos de Sargentos:

1 – O Sargento feroz, com cara de mau, fumador de charuto, que prefere quebrar antes que torcer;

2 – O Sargento bom rapaz, normalmente um tipo novo que chegou ao lugar antes do tempo e;

3 – O Sargento equilibrado, que é um mix dos dois primeiros tipos, mas cuja carreira cedo se lhe prevê de sucesso.

Ora nos filmes, o primeiro tipo de Sargentos tem sempre os soldados consigo! É respeitado por todos, e normalmente ganha as batalhas, embora com muitas baixas no pelotão devido às suas ousadas investidas. Não poucas vezes também morre em combate e é substituído pelo Sargento do tipo 2. Algumas vezes também é ultrapassado pelo Sargento do tipo 3, que lhe rouba o pelotão.

O Sargento do tipo 2, raramente é respeitado pelos soldados e, invariavelmente, cai em desgraça, sendo rapidamente substituído ou por revolta militar, ou pelo seu General. Isto se entretanto não morrer, não deixando saudades nos seus soldados.

O terceiro tipo de Sargento, é aquele que sabe racionalmente usar o seu pelotão para atingir mais eficazmente os seus objectivos. É um estratega nato, mas respeitado pelos seus superiores e admirado pelos seus subalternos. Raramente fica muito tempo com o seu pelotão, devido à normal promoção que irá obter mais cedo ou mais tarde.


Ora, a meu ver, o actual treinador do FCP é um Sargento do tipo 2. Agora resta saber o seguinte. Vamos ver revolta? O General irá actuar rapidamente? Ou iremos ver o pobre Sargento definhar lentamente, até à sua morte, e perda de todo o seu pelotão em batalha??? Espero que o General actue rapidamente, caso contrário teremos novamente que deitar as pontes sobre o rio Douro abaixo, para impedir invasão infiel, prevista para Maio…

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Tema da Semana #2: Ucrânia - "No country for soft men"

Para esta semana, o tema abordado não podia ser outro que não fosse a queda do regime ucraniano. 




A Ucrânia é um país que serve de tampão entre duas grandes potências. A União Europeia e a Rússia. O que estava em causa, para os cerca de 50 milhões de habitantes daquele país seria: 

1 - Virar para ocidente, e fazer parte integrante de um conjunto de estados com democracia bastante enraízada, estilo de vida cosmopolita e beneficiar dos apoios financeiros europeus. 

2 - Voltar ao passado, juntando-se à Rússia, e aos seus planos para criar uma zona económica composta pelos países das ex-repúblicas soviéticas.

Utilizando uma metáfora, aquele país de leste era, e ainda será até ao momento, uma boneca de trapos disputada por duas crianças que lhe puxam os braços com toda a força. 

Há cerca de um mês atrás, o presidente ucraniano,  Ianukovich, e contra qualquer previsão (ou talvez não), quebrou as negociações que mantinha para adesão à União Europeia, resolvendo ceder à pressão de Vladimir Putin para constituir a união aduaneira acima referida. Na verdade, foram jogadas duas cartadas decisivas. Um empréstimo de alguns milhares de milhões de euros para suprir as necessidades emergentes de um estado em pré-bancarrota e a promessa de descida dos preços da energia (petróleo, gás natural, etc) adquirida à Rússia e de que tanto depende a Ucrânia para sobreviver.

A partir deste momento estava criado o rastilho para o que veio a acontecer. Uma grande parte da população, localizada sobretudo na região ocidental do país, e que é tendencialmente pro U.E., não aceitou a decisão do presidente, considerando-a como uma traição. Como não é um país de brandos costumes, e estando as pessoas fartas da corrupção latente no país, resolveram pegar no problema em mãos com o resultado que aconteceu. Quase 100 mortes e a destituição do presidente. 

Este é apenas o final do primeiro capítulo. Na verdade, nem toda a população é pró-europeia, existindo uma região, a Crimeia que é favorável à Rússia. Em meados do século passado foi "oferecida" por Krutshov à Ucrânia, mas é constituida sobretudo por habitantes russos, e onde está localizada inclusivamente uma base naval daquela potência mundial. Esta situação, pode trazer um problema relativamente semelhante com o que aconteceu no "warm-up" da segunda-guerra mundial, em que a Alemanha Nazi, instigada pelos sudetas (população alemã pertencente à antiga Checoslováquia), ocupou porção do território Checoslovaco em seu auxílio. 

Vamos esperar pelos próximos capítulos, com a certeza que ambas as partes interessadas na "colonização" da Ucrânia vão jogar todos os trunfos disponíveis para vencer a batalha.

Esta revolução, vamos chamar assim, vem no seguimento da primavera árabe, da queda de impérios ditatoriais como o de Saddam Hussein (aqui com uma ajuda), e, se formos mais longe, da desagregação da União Soviética e do derrube do muro de Berlim. Em 30 anos, muita coisa se passou, contudo, o início da nova realidade europeia e mundial, em que quem mais ordena são as populações e que são elas que decidem o seu destino, começou com uma revolução, que ficou conhecida como dos cravos. Numa altura em que muito se fala sobre as exportações portuguesas, talvez essa, tenha sido a maior e mais importante que alguma vez criámos. Essa e aquela que deu novos mundos ao mundo. 

A única diferença de 1974 para 2014, é que agora assistimos em direto e sentados no sofá.




domingo, 23 de fevereiro de 2014

A piada da semana #1



    "A vida das pessoas não está melhor mas o país está muito melhor"
                  Luis Montenegro - Lider parlamentar do PSD
 


Mas são os portugueses que fazem o país, ou o país os portugueses?

  A partir de agora as paredes também podem votar...

Para relaxar e ajudar a começar amanhã a semana...


Hoje estava a tomar uma banhoca no chuveiro, quando passou esta música. Fiquei com ela no ouvido... ;)


 
retirado de youtube.com


sábado, 22 de fevereiro de 2014

Jogo Jogado 1 - "Moralização do Futebol Português" 0


O primeiro round desta nova novela à portuguesa terminou, obviamente, com a vitória do futebol jogado. 

Começa a ser useiro e vezeiro por parte de alguns a tática do tentar atirar o FCP para fora das competições, "descobrindo" alíneas subjetivas nos regulamentos. Na verdade, verdadinha, penso que o objetivo de quem quer ter aquilo a que não tem direito é espalhar as insinuações de que o futebol em Portugal está viciado há muitos e muitos anos porque surgiu um bicho papão com o nome de Pinto da Costa, e que tudo o que foi ganho desde essa altura está sob suspeita. 


foto retirada do site http://showdebola.pt

Sendo assim, abre-se a porta para um novo filme apelidado de "Moralização do Futebol Português", em que o papel principal é interpretado pelo "novel" presidente do Sporting Clube de Portugal, tendo como actores secundários os "notáveis sportinguistas", na sua maioria "paineleiros" de programas de opinião desportiva e figuras publicas, que quais Sancho Pança vão espalhando a sua fé pelos orgãos de comunicação social, tão prestáveis para a causa. 

Isto, em minha opinião, não é mais que uma tentativa de obter, pela porta do cavalo, ganhos desportivos quando não são capazes de os ter em campo. 

Falando concretamente do que aconteceu, após o término dos jogos e como o 1º lugar foi uma miragem, tratou de se atirar a poeira necessária para justificação dos insucessos desportivos:

- Houve um atraso de "4 a 5 minutos" (2.45m).

Inicialmente não se levou muito a sério a questão. Contudo, no dia seguinte, os orgãos de comunicação social anunciaram publicamente que o caso seria investigado pela comissão de instrução e inquéritos da liga, que mais não fez que considerar como dolo o atraso, ao que percebi, sem ouvir uma das partes interessadas (entenda-se FCPorto). A situação passou para julgamento da Comissão de Disciplina da FPF. Esta averiguou, através dos depoimentos dos dois delegados da liga para o jogo, que estes nem sequer iriam referir o atraso no relatório mas que no início da tarde do domingo posterior ao jogo, pelo menos um deles, recebeu uma chamada por telemóvel de um superior dando ordens para o fazer (vamos chamar isto a introdução dos sistemas tecnológicos ao dispor da «verdade desportiva»). 

Bom, passando para o que interessa, e através de argumentos juridicos, que é o que conta, resumo a deliberação do conselho de disciplina da FPF ao seguinte:

   «não se pode concluir, pelo menos com o exegível grau de convicção, que o FC Porto tenha pretendido prejudicar o Sporting simplesmente porque chegou atrasado».

Mas há dúvidas? 

retirado do site http://futebolportugal.clix.pt

Levando o assunto para a esfera do adepto e trocando por miúdos, o que esteve em causa foi o seguinte:

Tentou-se retirar o Porto da taça da liga porque obteve a insuperável vantagem desportiva de começar uma partida com 2,45 minutos de atraso, e porque quando o Sporting acabou o seu jogo estava apurado. 

Questiono o seguinte:

- Os 2,45 minutos de diferença no início dos jogos foram fundamentais para a passagem do Porto?

Obviamente que não. A 10 minutos do fim o Sporting ganhava 3-1 e tinha tempo suficiente para marcar um quarto golo que os apuraria. De acordo com o que me disseram (não posso confirmar) limitaram-se a trocar a bola porque a passagem estaria garantida. Erro grave. O Porto sim, precisaria de ganhar para obter os três pontos da vitória e ficar pelo menos em igualdade pontual com o Sporting.

- Em jogos que começam à mesma hora existe a obrigatoriedade de terminarem ao mesmo tempo?

 Nunca vi em nenhum lado do mundo isso acontecer, mas já testemunhei há dois anos atrás, o Manchester City ganhar o campeonato inglês com dois golos marcados nos descontos de tempo, numa altura que os rivais da cidade já tinham a sua partida concluída e eram campeões virtuais. Não me lembro de ter lido uma linha que fosse acerca da honestidade da vitória dos "citizens".

- Se dissermos a alguém que nos atrasámos sem apresentar justificação, estamos implicitamente a admitir que o fizemos de propósito (dolo)?

Só para quem estiver de má fé é que vai achar que sim.


Este caso do "atrasogate" demonstra, de forma clara, a filosofia que separa o modo de estar do FCPorto para os demais clubes. Um procura através do trabalho, força de vontade e humildade distinguir-se dos demais e ser o melhor não só nas competições nacionais bem como nas internacionais. Os outros querem lá chegar através da insídia, do descrétido dos adversários e pelas alíneas dos regulamentos.  

Por mim podem continuar assim, pois é da forma que veremos prolongada por mais 30 anos a verdade desportiva (a verdadeira e não a que interessa!) que temos demonstrado nos últimos 30.

Finalizo com um cântico muito ouvido no estádio de Alvalade, nos últimos anos:


JOGUEM À BOLA... JOGUEM À BOLA... JOGUEM À BOLA....
                                                      


Nota - Para quem diz «O Sporting não quebra as regras só porque os outros as quebram», aconselho que leia este link


Já têm sobremesa para hoje?

Fui convidada a colaborar neste blog com o objetivo de partilhar com o mundo algumas das receitas que adoçam a minha vida e a dos que têm o privilégio de comigo privar diariamente. O desafio foi aceite e aqui apresento aquela que espero ser a primeira de muitas publicações. 

Espero que as fotos vos tentem suficientemente para vos levar à ação (pôr as mãos na massa) e a surpreenderem quem vos rodeia!

Have fun! ;-)


TAÇA BANOFEE

       

Precisam de ter (para cerca de 4 taças):
     - 5 bolachas digestivas;
     - 1 banana grande;
     - uma lata de leite condensado cozido;
     - um pacote de natas (prefiro as da Agros e devem estar bem frescas;
     - duas colheres de sopa de açúcar;
     - pepitas de chocolate e/ou canudinhos para decorar (opcional;


Mãos na massa:
     1. Esmagar ou triturar as bolachas;
     2. Bater as natas com o acúcar até ficarem firmes;
     3. Distribuir as bolachas picadas pelo fundo das taças;
     4. Cortar a banana em rodelas e distribuir pelas taças (por cima das bolachas picadas);
     5. Colocar cerca de uma colher de sopa de doce de leite por cima da camada das bananas;
     6. Encher o resto da taças com o chantilly (as colheradas ou com ajuda do saco de pasteleiro);
     7. Decorar com pepitas de chocolate, rodelas de banana e/ou canudinhos (opcional.
     8. Levar ao frigorífico cerca de uma hora (opcional).


Deliciem-se! ;-)


PS: Dúvidas? Perguntem e eu responderei (ou pelo menos, tentarei...)





sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

A pedido da Yulia e pelo sonho de uma vida melhor




A lei de Murphy e o «Leverkusen»


Mais um jogo, mais uma tristeza. Começa a ser tendência, sempre que se joga contra equipas minimamente competitivas, o resultado ser favorável ao adversário. A minha interpretação é que a equipa não está treinada para ganhar jogos. Quando muito para disputá-los. Mas ainda há quem teime (para bom entendedor..) que é só azar, ou falta de sorte e que "a felicidade" bate teimosamente à porta do outros. Em todo o caso, desde pequeno que ouço dizer que a sorte, essa palavra maldita para alguns, procura-se... Mas se calhar a tradição já não é o que era..

Enfim, como diz o outro, se alguma coisa tiver que correr mal, correrá. 

Também não ajuda o treinador desconhecer a equipa adversária. Mas algo me diz que se tivéssemos jogado contra o Bayer Leverkusen, e não o Eintracht de Frankfurt como realmente aconteceu, o resultado teria sido pior. Mas isso já seria muito azar... ou não.


Marcha do Marcador assim como a vi:


Chegada ao ginásio    0-0

Passadeira Rolante    1-0!!! (grande golo)

Abdominais            Intervalo

Sala de Máquinas      1-0 (até aos 60m)

Ida para o duche      1-0 (bem bom)

Saída dos balneários  2-2?!? (WTF!)

Chegada a casa        2-2 (Resultado Final)



Não faço comentários ao jogo em si, porque não o vi com atenção. Ficará para outra oportunidade.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

O Engº "do Pau"


É vulgarmente dito que, existem tantos treinadores como habitantes em Portugal, ou seja, trocado por miúdos (não, não é uma piada ao Carlos Cruz), diz-se que em Portugal existem 10 milhões de treinadores. Discordo! Acho que existem mais engenheiros florestais. 

Senão vejamos, nem toda a gente gosta e/ou acompanha o futebol português (especialmente com os portentosos programas domingueiros das estações em canal aberto a retirar o futebol aos pobres maridos indefesos) mas, a dada altura, toda a gente opina sobre floresta. Ou é porque arde muito, ou porque ninguém limpa as matas, ou porque a GNR multa, ou porque o “calipo” é que dá dinheiro, etc. etc.. Ok, dou isso de barato.

 A mim, custa-me mais digerir quando são criados lugares especificamente florestais (os chamados Gabinetes Técnicos Florestais, vulgarmente chamados de “gêtêéfes”), e depois as vagas são ocupadas, não por alguém com competências ao nível florestal, mas por outrém que por alguém foi indicado para o lugar! Igualmente fico possesso, quase ao nível de ser exorcizado,  quando vejo pomposamente publicitadas, acções de voluntariado para (re)florestações de terrenos com apetência florestal, sem qualquer fundamento técnico para a escolha da(s) espécie(s) a plantar. 

Não é importante que a planta sobreviva! É sim bom que a planta seja uma folhosa autóctone e que a fotografia seja bem tirada para posterior “post” no facebook…. Mas o pior, meus amigos, é descobrir a culpa deste “desrespeito” pela classe florestal. No meu entender, é dos próprios florestais. 

Argumento com um exemplo. Nunca vi um engenheiro florestal a fazer projecto para implementação de apartamentos, para já vi engenheiros civis a fazer projectos florestais…. E vocês, também são engenheiros “do pau”?

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

"ONU acusa Coreia do Norte de crimes contra a Humanidade"

O jornal PÚBLICO pergunta:

"E agora o que vamos fazer?"





Eu respondo:

ABSOLUTAMENTE NADA!

Se com a Síria, que tinha armas químicas, limitaram-se a recolhê-las, com a Coreia do Norte, que tem arsenal nuclear, no máximo, irão brincar aos embargos. Mas a isso os asiáticos já estão habituados. Teremos de esperar que o regime caia de podre...

 





segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Game of Thrones - Trailer #2

retirado de youtube.com


Agora é que vão ser elas!!!!


Tema da Semana #1 - Os Neo-Inquisidores

Entre os domingos e segundas,  tentarei abordar um tema que mais se tenha destacado durante a semana, ou pela sua mediatização ou importância. Apesar de tudo, hoje irei falar dum assunto que já teve o seu pico de discussão há cerca de duas semanas atrás. 

A venda dos Mirós



  Interior Holandez - 1928


Isto, porque acho que é um tema fulcral, naquilo que considero ser o sistemático deslizar dos valores e princípios daquilo que entendo como sendo uma setor importante do nosso país. A cultura.

Desde que estalou a crise em Portugal, mais concretamente a entrada da Troika, ou melhor, deste governo, que a prioridade é basicamente vender tudo o que mexe, ou mesmo o que está parado. Empresas como a EDP, REN, ANA, CTT foram vendidas ao melhor comprador, ou nalguns casos, licitador. Tudo em nome de baixar o défice atual, mesmo sabendo que mais tarde, vamos estar a abdicar de benefícios futuros, ou posições estratégicas em setores vitais para a economia. Infelizmente, tudo o que está a ser feito agora, é pensado para o momento, sem uma visão estratégica, global e de futuro.

As vendas dos quadros do pintor espanhol, não são exceção. Apesar de ser um facto que o artista nunca teve qualquer ligação com o nosso país, não devemos descurar a mais valia que uma obra dele, apresenta para o espólio de qualquer galeria de arte nacional. Aliás, eu que já visitei um dos maiores (senão o maior) museu de arte do mundo, o Hermitage, sei perfeitamente que ele é constituído sobretudo por obras de artistas não russos, o que não deixa de ser um motivo de orgulho para os habitantes da cidade, e do próprio país.

Contudo, o argumento económico, como motivo principal para a venda das pinturas é o que mais me preocupa. As declarações prestadas pelo secretário-geral da cultura, não fazem o mínimo de sentido para uma pessoa com o cargo que ocupa. Este, em vez de defender aquilo para o qual foi mandatado, a cultura, vem dizer o seguinte:

«Os ativos e os passivos do BPN constituem uma dívida que infelizmente nos onera a todos. No Governo, considerámos que era importante assumir a alienação das obras». Rematou dizendo que se não fossem vendidos,  teria então de se onerar «a Saúde» e «a Educação».

Estas afirmações demonstram em minha opinião uma de duas coisas:

Ou o secretário de estado da cultura, é na realidade, secretário de estado da saúde ou das finanças, ou então foi colocado naquele lugar com o objetivo de não levantar muitas ondas e seguir um plano traçado um pouco mais acima na hierarquia.

Continuando, o valor a que as obras estavam à venda, ilegalmente, na Christie's era tão baixo, mas tão baixo, que nem meio por cento valia do buraco que o BPN causou, pelo que, em minha opinião,  os benefícios em ficar pelo menos com alguns dos quadros, iria ultrapassar o custo de não os vender. 

E que beneficios seriam esses?

Ironicamente, benefícios economicos com o aumento de turismo, desenvolvimento artístico (arte estimula arte), identidade cultural, enriquecimento pessoal, entre outros...

Lastimosamente, um dos objetivos da inquisição na idade média, era censurar e destruir todos os símbolos de cultura e inovação científica. Neste momento, o que vemos no nosso país não é a destruição, mas sim a venda de tudo aquilo que pode significar a identidade de um povo, porque é necessário dinheiro rápido e inútil, pois não vai resolver nenhum dos nossos problemas. E isto é só um exemplo.

Termino com a resposta de um dos melhores políticos da história, quando em plena segunda-guerra mundial lhe perguntaram se iria cortar na cultura:

      "Então para que estamos a lutar?" Winston Churchill


domingo, 16 de fevereiro de 2014

O galo cantou uma vez, mas o Varela fê-lo por duas...

O resultado foi bom, a exibição podia ter sido melhor, mas o paciente continua com prognóstico reservado. Quatro pontos de atraso já é alguma coisa, sobretudo quando qualquer jogo que fazemos é um ai jesus (da Galileia). O de hoje teve os seus momentos. Os bons foram os golos e algumas jogadas coletivas, o que nos tempos que correm são sempre de louvar, e os maus, o golo sofrido e as várias oportunidades escandalosamente falhadas (será que fizeram alguma aposta para ver quem mais errava?). 

Esperemos pelos próximos capítulos, mas não sei se o vou fazer ansiosamente...

Estrela - Varela(pelos golos que marcou)
Buraco Negro - Jackson Martinez (pelos golos que não fez)

O vídeo do jogo está disponível aqui.






Vistos-Talento - A Futebolização da Vida

Após ter ultrapassado alguns problemas domésticos que me impediram de iniciar o blog a «todo o vapor» , resolvo começar com uma notícia cómica.

Os vistos-talento (ver notícia aqui). 




Depois do nosso governo conseguir despachar uns duzentos e tal mil lá para fora (muitos deles altamente qualificados), resolveu pôr a mão na consciência e repor o «stock», com mão de obra estrangeira. Não tenho nada contra os estrangeiros que vêm para cá trabalhar, e, pessoalmente, até aprecio bastante a possibilidade de sermos uma torre de babel, multicultural, como são os Estados Unidos, Austrália, Inglaterra e Canadá. O que não faz sentido é andar a fazer campanha para sairmos da nossa zona de conforto,  palavras tão saudosas do nosso primeiro-ministro e passado uns tempos, diga-se, dois anos, tentar captar artistas e investigadores estrangeiros, como se não tivessem melhores sítios para onde ir, ou como se fossemos um país que aposta na cultura (vide Mirós) ou investigação (vide bolsas para doutoramentos).

Parece-me que à semelhança do nosso futebol, o objetivo é tratar quem vem de fora como portugueses de topo, e quem é de cá como estrangeiros de segunda. Eu preferia que fossem todos tratados como iguais, mas fica à vossa consideração...