O primeiro round desta nova novela à portuguesa terminou, obviamente, com a vitória do futebol jogado.
Começa a ser useiro e vezeiro por parte de alguns a tática do tentar atirar o FCP para fora das competições, "descobrindo" alíneas subjetivas nos regulamentos. Na verdade, verdadinha, penso que o objetivo de quem quer ter aquilo a que não tem direito é espalhar as insinuações de que o futebol em Portugal está viciado há muitos e muitos anos porque surgiu um bicho papão com o nome de Pinto da Costa, e que tudo o que foi ganho desde essa altura está sob suspeita.
Sendo assim, abre-se a porta para um novo filme apelidado de "Moralização do Futebol Português", em que o papel principal é interpretado pelo "novel" presidente do Sporting Clube de Portugal, tendo como actores secundários os "notáveis sportinguistas", na sua maioria "paineleiros" de programas de opinião desportiva e figuras publicas, que quais Sancho Pança vão espalhando a sua fé pelos orgãos de comunicação social, tão prestáveis para a causa.
Isto, em minha opinião, não é mais que uma tentativa de obter, pela porta do cavalo, ganhos desportivos quando não são capazes de os ter em campo.
Falando concretamente do que aconteceu, após o término dos jogos e como o 1º lugar foi uma miragem, tratou de se atirar a poeira necessária para justificação dos insucessos desportivos:
- Houve um atraso de "4 a 5 minutos" (2.45m).
Inicialmente não se levou muito a sério a questão. Contudo, no dia seguinte, os orgãos de comunicação social anunciaram publicamente que o caso seria investigado pela comissão de instrução e inquéritos da liga, que mais não fez que considerar como dolo o atraso, ao que percebi, sem ouvir uma das partes interessadas (entenda-se FCPorto). A situação passou para julgamento da Comissão de Disciplina da FPF. Esta averiguou, através dos depoimentos dos dois delegados da liga para o jogo, que estes nem sequer iriam referir o atraso no relatório mas que no início da tarde do domingo posterior ao jogo, pelo menos um deles, recebeu uma chamada por telemóvel de um superior dando ordens para o fazer (vamos chamar isto a introdução dos sistemas tecnológicos ao dispor da «verdade desportiva»).
Bom, passando para o que interessa, e através de argumentos juridicos, que é o que conta, resumo a deliberação do conselho de disciplina da FPF ao seguinte:
«não se pode concluir, pelo menos com o exegível grau de convicção, que
o FC Porto tenha pretendido prejudicar o Sporting simplesmente porque
chegou atrasado».
Levando o assunto para a esfera do adepto e trocando por miúdos, o que esteve em causa foi o seguinte:
Tentou-se retirar o Porto da taça da liga porque obteve a insuperável vantagem desportiva de começar uma partida com 2,45 minutos de atraso, e porque quando o Sporting acabou o seu jogo estava apurado.
Questiono o seguinte:
- Os 2,45 minutos de diferença no início dos jogos foram fundamentais para a passagem do Porto?
Obviamente que não. A 10 minutos do fim o Sporting ganhava 3-1 e tinha tempo suficiente para marcar um quarto golo que os apuraria. De acordo com o que me disseram (não posso confirmar) limitaram-se a trocar a bola porque a passagem estaria garantida. Erro grave. O Porto sim, precisaria de ganhar para obter os três pontos da vitória e ficar pelo menos em igualdade pontual com o Sporting.
- Em jogos que começam à mesma hora existe a obrigatoriedade de terminarem ao mesmo tempo?
Nunca vi em nenhum lado do mundo isso acontecer, mas já testemunhei há dois anos atrás, o Manchester City ganhar o campeonato inglês com dois golos marcados nos descontos de tempo, numa altura que os rivais da cidade já tinham a sua partida concluída e eram campeões virtuais. Não me lembro de ter lido uma linha que fosse acerca da honestidade da vitória dos "citizens".
- Se dissermos a alguém que nos atrasámos sem apresentar justificação, estamos implicitamente a admitir que o fizemos de propósito (dolo)?
Só para quem estiver de má fé é que vai achar que sim.
Este caso do "atrasogate" demonstra, de forma clara, a filosofia que separa o modo de estar do FCPorto para os demais clubes. Um procura através do trabalho, força de vontade e humildade distinguir-se dos demais e ser o melhor não só nas competições nacionais bem como nas internacionais. Os outros querem lá chegar através da insídia, do descrétido dos adversários e pelas alíneas dos regulamentos.
Por mim podem continuar assim, pois é da forma que veremos prolongada por mais 30 anos a verdade desportiva (a verdadeira e não a que interessa!) que temos demonstrado nos últimos 30.
Finalizo com um cântico muito ouvido no estádio de Alvalade, nos últimos anos:
JOGUEM À BOLA... JOGUEM À BOLA... JOGUEM À BOLA....
Nota - Para quem diz «O Sporting não quebra as regras só porque os outros as quebram», aconselho que leia este link.
O alegado atropelo às regras das competições em que o FCP está inserido, é denunciado com máxima celeridade, pelos mais diversos actores desportivos. Estações televisivas, rádios, departamentos jurídicos de clubes, etc. etc., logo detectam alegadas violações à lei quando do FCP se trata, e rapidamente empolam a questão para que haja a chamada "justiça desportiva" (traduzindo - punição do FCP). Felizmente, e até ver, ainda há justiça, para grande tristeza dos amantes dos gloriosos tempos a preto e branco....Curiosamente, ou não, o atropelo à lei só é alegadamente feita e noticiada pelo FCP.... ou anda muita ente distraída, ou com má fé!
ResponderEliminarExato. Basta ver o que aconteceu com a realização do Benfica - Gil Vicente, no restelo, quando de acordo com os regulamentos deveria ter sido em Barcelos. Ninguém se importou e a comunicação social nem referiu devidamente...
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